Goiás já tem 181 casos confirmados de infecção por coronavírus causados pela gama plus, linhagem da variante gama, que já circula de maneira comunitária e é predominante no Estado. Ela é considerada uma preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) afirmou que “o Estado […]
Goiás já tem 181 casos confirmados de infecção por coronavírus causados pela gama plus, linhagem da variante gama, que já circula de maneira comunitária e é predominante no Estado. Ela é considerada uma preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) afirmou que “o Estado monitora o surgimento de novos
casos e iniciará, assim que conseguir mais detalhes, a investigação dos casos detectados para identificar se há diferenças na sua transmissão e evolução comparados aos casos infectados com as outras variantes já em circulação.”
A pasta esclareceu ainda que a variante gama plus está sob investigação e o Estado aguarda posicionamento do Ministério da Saúde sobre se ela pode ser considerada uma variante de alto risco. A questão precisa do esclarecimento do governo federal porque a gama plus se trata de uma linhagem e não de uma nova variante.
Por isso, ainda não se sabe se ela ganhará uma categorização diferente da variante gama em relação a transmissão
e nível de risco. Das 181 amostras com a presença da linhagem no Estado, cinco foram descobertas pela Dasa, uma rede de saúde integrada que possui um grupo de pesquisa genômica, em um estudo que analisou 502 amostras colhidas em maio de brasileiros infectados pelo coronavírus em diferentes Estados.
O resultado foi divulgado na última semana e além das amostras de Goiás, foram encontrados outros sete casos confirmados: dois do Tocantins, um de Mato Grosso, um do Ceará, um de Santa Catarina, um do Paraná e um do Rio de Janeiro.
Outros 27 casos confirmados em Goiás são resultado dos 123 sequenciamentos feitos no Estado por meio de uma
parceria do governo e da Prefeitura de Goiânia com a Universidade Federal de Goiás (UFG), Pontifícia Universidade
Católica de Goiás (PUC-GO) e Instituto Federal de Goiás (IFG). É uma prevalência de 21% dos resultados. Das
outras 96 amostras, 94 eram da variante gama, uma da variante alfa e uma da B.1.153.
Os outros 149 resultados positivos são frutos do trabalho de sequenciamento genômico que está sendo realizado pela
Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia. A primeira aparição desta linhagem na cidade aconteceu em maio. Na última semana, os casos confirmados de gama plus foram 55% do total de sequenciamentos
realizados na cidade.
Mais transmissível
A pesquisadora Mariana Telles, que coordena o projeto que faz o sequenciamento do genoma do coronavírus em Goiás, explica que o resultado do sequenciamento das amostras com vários casos confirmados da gama plus levanta um alerta, pois esta linhagem possui a mesma capacidade de ser transmitida com mais facilidade que a variante delta, que deixou um enorme número de pessoas infectadas na Índia e tem sido a responsável pelo aumentar o número
de casos em países com alta cobertura vacinal como os Estado Unidos e Israel.
“O problema da gama plus é que ela possui uma mutação que facilita a entrada do vírus na célula. Esta mutação também acontece com a variante delta. É um alerta para ficarmos vigilantes porque isso pode acarretar em aumento na velocidade da transmissão e consequentemente, como já vimos acontecer, piorar todo o sistema de saúde”, esclarece.
A SES-GO também ressaltou a importância de manter os cuidados necessários contra a Covid-19 independentemente de qual variante está circulando em Goiás. “É muito importante que a população mantenha as medidas de prevenção, como o uso de máscara, higienização das mãos, evitar aglomerações e se vacinar contra a Covid-19”, destaca trecho da nota enviada pela pasta.
Aparecida de Goiânia vai avaliar impacto de circulação da linhagem Nas próximas semanas, a prefeitura de gama plus, da Covid-19, sobre o avanço da doença no município. Serão entregues nos próximos dias o resultado de mais 110 sequenciamentos genômicos. Eles são parte do projeto de sequenciamento que é realizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da cidade em parceria com um laboratório privado. No total, 1,3 mil amostras já foram sequenciadas.
“Com mais resultados vamos conseguir analisar se a predominância da linhagem gama alterou, de alguma forma, a circulação da variante delta na cidade”, esclarece Alessandro Magalhães, titular da SMS. Até agora, Aparecida já confirmou 149 casos da linha gama plus. Na última semana, todos os resultados dos sequenciamentos foram de casos de infecção pela variante gama e 55% destes pertenciam à linhagem gama plus. O número vem crescendo gradativamente desde o começo de abril, quando foi confirmado o primeiro caso da gama plus na cidade. Aparecida já considera que a gama plus e a variante delta, que já tem quatro casos confirmados no município, circulam de maneira comunitária na cidade. Magalhães esclarece que a SMS usa quatro critérios diferentes para selecionar uma amostra de teste RTPCR e enviá-la para sequenciamento: aleatoriedade, casos de reinfecção, casos graves de pessoas que já estão imunizadas e casos graves de pessoas mais jovens. “Desta forma, vemos que é provável que as pessoas infectadas
como essas variantes e com essa linhagem sejam aquelas que pegaram a doença de forma mais intensa de alguma maneira”, diz o titular da SMS.
Apesar de nenhum estudo ainda ter confirmado que a gama plus é mais virulenta, ou seja, causadora de casos mais graves da Covid-19, Magalhães alerta a população em relação às medidas de biossegurança. “Ela é mais transmissível e engana o sistema imunológico. Parece que a população perdeu o medo com o avanço da vacinação, mas ainda não é hora de abandonar o uso de máscaras e o distanciamento.”
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